top of page

matéria de sociologia |Antropologia Cultural

  • Foto do escritor: Buda Caires
    Buda Caires
  • 3 de jan. de 2015
  • 1 min de leitura

As meninas-lobo

Na Índia, onde os casos de menino-lobo foram relativamente nume-

rosos, descobriram-se, em 1920, duas crianças, Amala e Kamala, vivendo

no meio de uma família de lobos. A primeira tinha um ano e meio e veio a

morrer um ano mais tarde. Kamala, de oito anos de idade, viveu até 1929.

Não tinham nada de humano e seu comportamento era exatamente se-

melhante àquele de seus irmãos lobos.

Elas caminhavam de quatro patas apoiando-se sobre os joelhos e

cotovelos para os pequenos trajetos e sobre as mãos e os pés para os trajetos longos e rápidos.

Eram incapazes de permanecer de pé. Só se alimentavam de carne crua ou podre, comiam e

bebiam como os animais, lançando a cabeça para a frente e lambendo os líquidos. Na instituição

onde foram recolhidas, passavam o dia acabrunhadas e prostradas numa sombra; eram ativas e rui-

dosas durante a noite, procurando fugir e uivando como lobos. Nunca choraram ou riram.

Kamala viveu durante oito anos na instituição que a acolheu, humanizan-

do-se lentamente. Ela necessitou de seis anos para aprender a andar e pouco

antes de morrer só tinha um vocabulário de 50 palavras. Atitudes afetivas foram

aparecendo aos poucos.

Ela chorou pela primeira vez por ocasião da morte de Amala e se apegou

lentamente às pessoas que cuidaram dela e às outras crianças com as quais con-

viveu.

A sua inteligência permitiu-lhe comunicar-se com outros por gestos, inicialmente, e depois por

palavras de um vocabulário rudimentar, aprendendo a executar ordens simples.

(B. Reymond. Le développement social de l’enfant et de l’adolescent. Bruxelas: Dessart, 1965.

pp.12-14


 
 
 

Comments


bottom of page